
Precisamos que as instituições existentes funcionem de uma outra maneira. Enquanto houver gente morando nas ruas de Curitiba, estaremos disseminando a violência. A violência que começa pela insensibilidade; e que se propaga pelo medo do que virá. E virá. Assim, não poderá haver final feliz. Enquanto assistirmos os desassistidos morrendo na noite fria do inverno curitibano, sem qualquer reação, o efeito moral, na sociedade, é como se deixássemos que isto acontecesse com nossos pais, ou nossos avós. Será que perdemos a capacidade de nos escandalizarmos, de nos indignarmos, de nos ruborizarmos, de nos solidarizarmos? Enfim, será que perdemos qualquer capacidade de agir? Não, definitivamente não! E quem pode fazer isso? Instituições públicas (só as entidades privadas, organizações não-governamentais e entidades religiosas não darão conta; o problema é muito grande; o desafio é enorme); precisamos de instituições públicas sérias; muito sérias; muito comprometidas com resultados efetivos. Dotadas de pessoal competente: assistentes sociais, psicólogos, advogados, médicos, religiosos, professores e quem (ou o que) mais for necessário; enfim, gente treinada para recuperar o homem, a mulher e a criança. Sem medir esforços. Recuperar do vício, da falta de esperança, da falta de saúde, da falta de amor. Para, ao final, se Deus assim permitir, propiciar o emprego, o trabalho, a dignidade, a restauração de vidas. Pois não devemos (e não podemos) esquecer: "quando se salva uma Vida, salvamos um Universo"... Por certo, vamos prestar conta disso, e de muito mais... Mas isto pode também vir a ser o indicador decisivo, o sintoma final da perda definitiva da nossa humanidade...
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